A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) analisou 41 suplementos alimentares de creatina disponíveis no mercado brasileiro, produzidos por 29 empresas fabricantes diferentes, e apontou melhora nos produtos. Segundo a agência, o resultado é de “regularidade em relação ao teor de creatina esperado”.
Segundo a agência, dos 41 produtos analisados, apenas um apresentou teor de creatina abaixo do previsto. “Para estar adequado, o teor de creatina não pode ter variação maior que 20% em relação ao declarado na rotulagem nutricional, além de atender o valor de referência para este nutriente, que é de 3.000 mg”, detalha.
A Anvisa ressalta que esse resultado aponta um cenário diferente do encontrado entre 2022 e 2024, o que poderia indicar uma “autorregulação do mercado”. “Alguns fabricantes podem ter ajustado seus processos produtivos após os resultados iniciais divulgados pelo setor produtivo”, afirma.
Além de irregularidades no teor de creatina esperado, a análise também buscou a presença de “matérias estranhas” nos produtos. Todas as marcas avaliadas tiveram resultados satisfatórios neste quesito.
Rótulos incorretos
A análise da Anvisa também verificou os dados apresentadas nos rótulos dos produtos, e identificou problemas em quase todos. Dos 41, 40 apresentaram algum tipo de incorreção ou informação incorreta. Os problemas identificados foram:
Apresentação de alegações não previstas, ou seja, o rótulo atribuía ao produto propriedades que não são autorizadas para a creatina, inclusive com alegações incorretas em língua estrangeira;
Uso de palavras ou imagens que podem induzir o consumidor a uma informação incorreta ou insuficiente sobre o produto;
Tabela de informação nutricional fora do padrão e não declarada no mesmo painel da lista de ingredientes;
Frequência de consumo não declarada;
Número de porções da embalagem não declaradas na tabela de informação nutricional;
Tabela nutricional sem as quantidades de açúcares totais e açúcares adicionados;
A regulamentação de suplementos determina que requisitos específicos de rotulagem precisam ser seguidos para que o consumidor seja bem informado sobre o produto. Apesar dos erros apresentados, a Anvisa avaliou que os resultados encontrados “não representam risco de dano à saúde dos consumidores que exija ações adicionais de fiscalização”, mas as incorreções poderão gerar ações de notificação aos fabricantes.
O que é creatina?
A creatina é uma substância natural produzida no corpo pelo fígado, rins e pâncreas. A nutricionista Fabiana Albuquerque explica que a creatina possui um papel “super importante” na produção de energia rápida, de modo que ela é utilizada por pessoas que fazem exercícios de alta intensidade, como musculação e corrida.
Fabiana detalha que a creatina traz aumento de força e potência muscular. “Ela ajuda a levantar mais peso, a fazer mais repetições nos treinos, e no ganho de massa muscular, indiretamente, pelo aumento da performance”, esclarece.
Além disso, a substância também ajuda na recuperação muscular depois dos exercícios, por ajudar na regeneração e reduzir a fadiga.
A nutricionista pontua que o uso da creatina pode causar desconforto gastrointestinal — como dor de barriga, náusea, enjoo — e problemas renais “em casos muito específicos”.
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